sábado, 25 de setembro de 2010

O último exorcismo. Longe de um remake, o filme mais assustador dos últimos tempos.

  
 O Último Exorcismo é um filme novo de terror sobre o tema da possessão e da loucura, que reflete um país dividido, segundo o produtor Eli Roth, em entrevista concedida à AFP.
   Completamente diferente de O Exorcista, de 1973, o filme não é uma nova versão do clássico de William Friedkin. Sob a direção do alemão Daniel Stamm, O Último Exorcismo conta a história do reverendo Cotton Marcus (Patrick Fabian) na Louisiana e chega às salas dos Estados Unidos nesta sexta-feira (27).
Pregador carismático e astuto, o personagem Marcus não acredita no demônio, mas acaba exorcizando sem escrúpulos em troca de alguns dólares todos aqueles que pensam que estão possuídos. Atormentado pelo peso na consciência, o reverendo se prepara para deixar de mentir, mas antes aceita realizar o último exorcismo diante das câmeras de uma equipe que participa da produção de um documentário, onde descobrirá com a jovem Nell Sweetzer (Ashley Bell) algo que mudará a sua concepção de bem e mal.
   A originalidade do filme está na inversão de papéis: o pastor defende a ciência e a medicina ao aconselhar a Nell uma terapia psiquiátrica, enquanto o pai da jovem se mostra convencido de que o comportamento de sua filha é obra do demônio.
   Para Roth, que já dirigiu Cabana do Inferno (2002) e O Albergue 1 (2005) e 2 (2007) há um problema profundo em compreender o ponto de vista um do outro, o que acaba refletindo a mentalidade política da sociedade americana hoje.
   - O reverendo e pai querem ajudar a menina, mas sua incapacidade de compreender o ponto de vista do outro provoca um pouco a catástrofe. É o que acontece hoje em dia nos Estados Unidos. Ao sair do filme, as pessoas diziam que isso as fazia pensar no impasse em que se encontram os republicanos e os democratas.
   De acordo com o produtor, prevalece sempre aquele que é mais forte.
   - Somos um país profundamente dividido. Nenhuma das duas partes quer ouvir o que o outro diz, e nenhuma das partes está segura de que tem razão sobre as posições assumidas. Prevalece quem grita mais forte. Hoje em dia as pessoas se inclinam para a religião em um grau que não se via há muito tempo. Creio que isso é porque o mal de hoje não tem mais um rosto, está em todas as partes. Há 75 anos, sabíamos quem era Hitler. Mas hoje, o demônio está no terrorismo, na cobiça das grandes empresas, na corrupção das autoridades.
   O Último Exorcismo não abusa de efeitos especiais ou sangue para atemorizar os espectadores. O filme transmite a sensação de realidade, quase como um documentário, o que já se mostrou um formato bem sucedido com trabalhos anteriores como A Bruxa de Blair, Atividade Paranormal e Rec.

                                                                    Sir Wallker

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